Júri acolhe teses do MPTO e condena homem a mais de trinta anos por estuprar e matar ex-namorada na Capital
Na última quinta-feira, dia 18, ocorreu em Palmas o julgamento de Kalebe José Neres dos Santos no Tribunal do Júri. O réu foi acusado pelo Ministério Público do Tocantins (MPTO) pelos crimes de estupro, homicídio e ocultação de cadáver da sua ex-namorada, Emili Nunes Araújo.
O júri acatou as acusações apresentadas pelo Ministério Público, que incluíam homicídio qualificado por motivo fútil, utilização de meio cruel, recurso que impossibilitou a defesa da vítima e feminicídio.
Como resultado, o réu foi condenado a uma pena de 31 anos e dois meses de prisão, além de ter que pagar 12 dias-multa.
O cumprimento da pena será em regime inicialmente fechado e não será permitido ao condenado recorrer em liberdade. Além disso, foi estabelecida uma indenização mínima de R$ 100 mil a ser paga aos familiares da vítima como compensação por danos morais.
O Ministério Público foi representado pelo Promotor de Justiça, membro do Núcleo do Tribunal do Júri do Estado do Tocantins - MPNujuri, Rogério Rodrigo Ferreira Mota.
O crime
Conforme a denúncia do MPTO, Emili Nunes manteve um relacionamento amoroso com Kalebe por aproximadamente nove meses, mas devido ao seu comportamento agressivo e ciumento, decidiu terminar o namoro.
No dia do crime, em 24 de outubro de 2022, Kalebe atendeu a um pedido de Emili para que a levasse até a estação de ônibus. No entanto, ele desviou o caminho e dirigiu até uma área de matagal próxima a um condomínio na região sul da Capital. Lá, ele pressionou Emili a reatar o relacionamento, e diante da recusa dela, deu-se início a uma discussão.
Kalebe, então, empunhando uma faca, obrigou a vítima a manter relações sexuais e continuou a insistir na possibilidade de reatar o relacionamento. Diante da negativa, ele desferiu várias facadas contra sua ex-namorada.
Em seguida, o réu ocultou o corpo da ex-namorada em uma vala, e no período noturno, ligou para a polícia e afirmou ter avistado um corpo, informando a localização. Porém, por não terem encontrado e visando obter mais informações, as autoridades policiais entraram em contato telefônico com o denunciado, que confessou ter sido o autor do crime de homicídio e foi preso.
Segundo a denúncia do Ministério Público, mesmo após ser gravemente ferida, Emili implorou que Kalebe lhe prestasse socorro, mas ele negou ajuda. Para garantir que não sobrevivesse, ele a asfixiou, ocultando em seguida o corpo da vítima.
Notícias Relacionadas

CNMP publica norma sobre investigações financeiras autônomas para reforçar recuperação de bens e valores ligados a crimes

Após 15 anos respondendo em liberdade, réu é condenado por homicídio a facadas em Araguaçu e tem decretada prisão imediata

Debate sobre enfrentamento da prática do grau acontece na sede do MPTO

Após pedido do MPTO, Justiça decreta prisão de homem que usava pix para assediar ex-namorada em Araguaína

Dia dos Namorados: MPTO alerta sobre limite entre o cuidado e o crime nos relacionamentos

Em visita a CPP, Ministério Público defende colaboração interinstitucional e oportunidades após cumprimento de pena