MPTO promove audiência pública em Sandolândia para apurar denúncias de má qualidade da água
Reclamações de má qualidade e constantes interrupções no abastecimento de água em Sandolândia foram recorrentes em audiência pública realizada pelo Ministério Público do Tocantins (MPTO), nesta terça-feira, 14, na câmara municipal da cidade.A audiência, conduzida pelo Promotoria de Justiça de Araguaçu, contou com a participação de moradores, além de representantes da Prefeitura de Sandolândia, da Câmara Municipal de Sandolândia e da Agência Tocantinense de Saneamento (ATS), autarquia gerida pelo governo do estado e responsável pelo sistema de abastecimento da cidade.
Moradores e parlamentares descreveram um cenário crítico que persiste há quase cinco anos. Foram exibidas amostras de água com turbidez elevada e mau cheiro. Segundo o promotor de Justiça Jorge Neto, foram apresentados relatos e evidências que apontam para o comprometimento da qualidade da água consumida pelos moradores.
O coordenador da Vigilância Sanitária, Valdean Rodrigues Oliveira, informou que, desde 2024, laudos de análise apontam a presença de coliformes e níveis elevados de turbidez, tornando a água imprópria para o consumo. Segundo ele, a ATS não tem apresentado seus laudos no programa federal de monitoramento, ao contrário do município, que mantém o envio regular dos resultados.
Abastecimento irregular
Relatos apontaram ainda que a falta de abastecimento chegou a provocar a suspensão de aulas na rede municipal por até dois dias, o que afetou o fornecimento da merenda escolar e a higiene dos alunos. O promotor de Justiça Jorge Neto orientou a comunidade a registrar formalmente todas as queixas nos canais oficiais da ATS.
Outro ponto destacado foi o aumento no valor das contas de água, que chegam a R$ 248, valor que seria incompatível com a qualidade do serviço prestado.
Providências
Ao final da audiência, o promotor Jorge Neto afirmou que acompanhará de perto as providências a serem adotadas pela concessionária e que avaliará a necessidade de firmar um termo de ajuste de conduta (TAC) ou, em último caso, ingressar com uma ação civil pública para garantir a regularidade e a qualidade do serviço.
“Os problemas ultrapassam a normalidade e configuram uma falha sistemática que exige um plano de ação concreto por parte da ATS. Propusemos a realização de uma coleta conjunta de amostras de água, envolvendo a Vigilância Sanitária, a prefeitura e a ATS, para assegurar total transparência nos resultados das análises”, destacou o promotor.
Lidiane Moreira/Dicom MPTO
Notícias Relacionadas

MPTO instaura procedimentos para apurar qualidade da água fornecida em Palmas

Ministério Público pede fim do uso de amianto em rede de água de Novo Acordo e cobra solução para crise hídrica

Ministério Público promove reunião de BRK com moradores para buscar soluções para o fornecimento de água em Araguaína

Ministério Público apura interrupções no fornecimento de água em Palmas

15ª Promotoria de Justiça recomenda medidas contra uso de câmaras de bronzeamento artificial

MPTO realiza reunião para a retomada das obras de saneamento básico em Babaçulândia