MPTO denuncia integrantes de organização criminosa ligados ao PCC por tráfico de drogas,comércio ilegal de armas e roubos a instituições financeiras
O Ministério Público do Tocantins (MPTO), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da 3ª Promotoria de Justiça de Araguaína, ofereceu denúncia contra 10 pessoas acusadas de integrar uma complexa organização criminosa interestadual, com ramificações no Tocantins, Maranhão e Pará. O grupo está diretamente ligado à facção Primeiro Comando da Capital (PCC) e é acusado de praticar crimes, como tráfico de drogas, associação para o tráfico, comércio ilegal de armas e munições, lavagem de dinheiro e planejamentos de roubos a instituições financeiras nos moldes do chamado “Novo Cangaço”.
Estrutura criminosa e ligação com o PCC
As investigações revelaram que a organização funcionava em rede, com células
autônomas, mas interligadas entre si, dificultando o desmantelamento completo do grupo. Joelson Barbosa Pereira Júnior, conhecido como “Leitinho”, foi identificado como proprietário de fato da loja Complexo das Armas, em Araguaína, fachada utilizada para a lavagem de dinheiro e comércio ilegal de armamentos. Ele exercia ainda a função de “Sintonia Restrita” do PCC na região.
A denúncia aponta que o estabelecimento era usado para abastecer o grupo criminoso,
fortalecer sua capacidade bélica e escoar recursos ilícitos oriundos do tráfico de drogas e de crimes patrimoniais.
Operação Cerberus
Deflagrada em junho de 2025, a Operação Cerberus foi resultado da atuação conjunta da
Polícia Federal e da Polícia Civil do Tocantins. A ação cumpriu mandados de busca, apreensão e prisões, desarticulando parte da estrutura criminosa. Durante as diligências, foram apreendidas armas de grosso calibre, mais de 6 mil munições, drogas, prensa hidráulica utilizada para preparo de entorpecentes, balanças de precisão e grande quantidade de dinheiro em espécie.
Os denunciados são:
Joelson Barbosa Pereira Júnior (Leitinho) – apontado como liderança do grupo e operador financeiro ligado ao PCC;
Hugo Sérgio Soares Rodrigues – considerado testa de ferro de Joelson e responsável formal pelo Complexo das Armas;
Patrícia Soares de Oliveira – irmã de Hugo, atuava na gestão financeira e logística do tráfico;
Guilherme da Silva – também identificado como liderança do PCC em Araguaína, responsável por movimentações financeiras superiores a R$ 1,6 milhão;
Alisson Cássio Moura Barreto – vinculado ao tráfico de drogas e apoio logístico;
André Brener Alves Braz – associado às atividades de tráfico e lavagem de dinheiro;
Breno Pereira da Silva – atuava no tráfico de drogas e logística criminosa;
Francisco Morais Lima (Amaury) – ligado ao tráfico e ao planejamento de roubos a instituições financeiras;
João Vítor Farias Sousa – denunciado por participação ativa no tráfico de drogas;
Johnata Silva de Oliveira – integrante do núcleo criminoso, envolvido em logística e associação criminosa.